domingo, 1 de março de 2009

textos premiados do Concurso de natal

1º Ciclo

Um Amigo pelo Natal


Era uma vez uma menina chamada Sara que tinha 10 anos e que neste Natal ia ter a companhia do seu avô.
Enquanto brincava na rua, viu algo a mexer no lixo. Era um cãozinho abandonado. Pensou ficar com ele, mas…a sua mãe não queria animais em casa. Eles viviam num apartamento e a mãe passava a vida a dizer que os apartamentos não eram locais para animais. Foi então falar com o seu avô. O avô não ficou encantado com cão mas ao mesmo tempo concordava com a mãe da Sara, os apartamentos tinham pouco espaço para os animais estarem à vontade. Mas disse para a Sara tentar falar com a mãe, não perdia nada em tentar.
Quando a Sara entrou em casa com o animal, a mãe disse:
- Leva já o cão lá para fora, não quero animais em casa.
A Sara ficou triste. Chorou, chorou mas lá fez o que a mãe lhe tinha dito.
Nessa noite não conseguiu dormir muito bem, só pensava no cãozinho. Só a curiosidade de ir abrir as prendas a fizeram esquecer, por momentos, o animal. Ao chegar à sala apenas tinha uma prenda à sua espera. Ao olhar atentamente para ela, perecia que estava a mexer. Seria possível? Devia estar a ver mal. Ainda estava com sono. Quando abriu a caixa apanhou um susto. Tinha dentro da caixa, nada mais nada menos, que o cãozinho que tinha encontrado no dia anterior. Olhou para os pais e para o avô e só conseguia rir, não dizia nada. O avô tinha conseguido convencer a mãe. Esta foi a melhor prenda de sempre.


Jéssica Moreira Santos, E. B. 1 de Mosteirô

2º Ciclo

História de Natal


Era uma vez uma menina chamada Maria que tinha onze anos e era muito pobre e infeliz. Ela vivia com a sua mãe Isabel que era uma senhora atenciosa mas desempregada. A sua casa era muito pequena, tinha dois quartos, uma casa de banho, uma cozinha e uma salinha com duas cadeiras desconfortáveis.
Tinha chegado a época natalícia e o Natal da Maria era triste, pois ela passava o dia da mesma forma que os outros dias, a tratar do gado que era a fonte de alimentação para ela e para a sua mãe. Por vezes, chovia tanto que ela ficava constipada e passava quase duas semanas na cama porque não podia comprar medicamentos que a curassem. A Maria não sabia o que era receber prendas de Natal.
O Rodrigo, que tinha também onze anos, era um rapaz rico e feliz. Ao contrário da Maria, sabia o que era receber prendas de Natal, pois todos os anos escrevia uma carta ao Pai Natal que lhe dava tudo o que ele queria.
O Rodrigo vivia numa casa enorme com seis quartos, quatro casas de banho, duas cozinhas, um sótão, uma garagem, uma biblioteca e três salas com uma televisão cada uma.
O Rodrigo e a Maria andavam na mesma escola e na mesma turma. O Rodrigo sabia que a Maria tinha problemas financeiros e tentava ajudá-la, apesar de não conversar muito com ela. A Maria gostava de saber como seria a vida do Rodrigo. A rapariga era boa aluna e o rapaz também era um bom aluno.
Numa aula de Português, o professor Ricardo pediu que toda a gente contasse como era o seu Natal e quando a Maria acabou de contar como era o seu, toda a turma ficou muito emocionada e ao mesmo tempo com pena dela. Quando tocou para o intervalo, o Pedro foi ter com a Maria e disse-lhe:
- Tenho pena do teu Natal ser assim.
- Não tenhas pena, os meus Natais sempre foram assim – disse a rapariga.
- Mas tu não mereces isso – disse o rapaz.
- Adeus Pedro, tenho de ir – disse, por fim, a rapariga.
Entretanto as aulas acabaram e chegou o dia de Natal (vinte e cinco de Dezembro). O Pedro estava muito pensativo. A mãe dele, que se chamava Natália, até lhe perguntou:
- O que se passa Pedro?
- Não se passa nada mãe! – exclamou o Pedro.
Mas, o que o Pedro estava a pensar, era na Maria e como estaria ela a passar o seu Natal.
Já na casa da Maria habitava uma tristeza que parecia não ter fim. A rapariga estava a arrumar o gado, como fazia todos os dias, e a comer uma canja de galinha e umas batatinhas cozidas à lareira.
Tinham chegado as catorze horas e começavam a chegar familiares à casa do Pedro.
O seu tio Paulo disse-lhe:
-Feliz Natal, tenho uma prenda para ti mas só a podes abrir à meia-noite, como tu sabes.
E várias pessoas disseram isto ao Pedro que cada vez ficava com mais pena da Maria que provavelmente estaria a passar um Natal horrível.
O tempo ia passando, eram já vinte horas. O Pedro e a Maria iam começar a jantar, apesar desses jantares serem muito diferentes.
Já depois do jantar, quando eram vinte e quatro horas, o Pedro foi abrir as prendas e recebeu tudo o que tinha pedido: uma consola portátil, uma caixa com canetas de cor, um relógio, um mp4 e um casaco de cor azul. Logo a seguir a isso, pensou no que estaria a fazer a Maria que era uma rapariga que não recebia prendas de Natal.
Entretanto a festa de Natal acabou e o Pedro foi-se deitar. Chegou ao seu quarto e decidiu dar o mp4, as canetas de cor, o casaco de cor azul, a consola portátil e o relógio à sua amiga Maria. Também lhe deu um estojo e umas sapatilhas que adorava. Para lhe entregar os presentes, teve de sair de casa às escondidas e ir à casa da Maria que já estava a dormir.
Quando a Maria acordou de manhã e viu um monte de prendas à sua frente, ficou muito feliz e gritou:
- Anda cá mãe, por favor!
- Vou já filha – disse a mãe Isabel.
Quando chegou lá, ficou tão impressionada com a filha que exclamou:
- É um milagre, é um milagre de Natal!
- Quem será que me ofereceu isto tudo? – perguntou a Maria.
- Tens a certeza que não sabes quem te ofereceu isto tudo? – perguntou a mãe Isabel.
- Espera, acho que já sei quem me ofereceu estas prendas todas. Deixas-me sair, mãe? – exclamou a Maria.
- Claro que podes, mas não te demores – disse a mãe Isabel.
A Maria foi a casa do Pedro.
Quando chegou à moradia do rapaz, tocou à campainha. Quem lhe abriu a porta, foi a mãe Natália que exclamou:
- Desejas alguma coisa?
- Gostava de falar com o Pedro, por favor. – disse a rapariga.
- Eu vou chamar o Pedro: Pedro, Pedro – chamou a mãe.
- Que se passa mãe? – perguntou o rapaz.
-Tens uma visita – respondeu a mãe Natália.
O Pedro foi ver quem era e ficou surpreendido ao ver a sua amiga Maria.
- O que estás aqui a fazer? – perguntou o Pedro.
- Vim agradecer-te pelo que fizeste – respondeu a Maria.
- Mas eu não fiz nada – mentiu o Pedro.
- Eu sei muito bem que foste tu que me ofereceste aquelas fantásticas prendas – disse a Maria.
- Ok! Assumo que fui eu – replicou o Pedro.
- Obrigado – agradeceu a Maria.
- Não tens de agradecer – disse o Pedro.
- Adeus – disse a Maria.
- Adeus – disse o Pedro.
Este é o verdadeiro espírito natalício, dar tudo sem querer absolutamente nada em troca.
Catarina Pinto, 5º E


3º Ciclo

Queres vir comigo?



Era uma vez um menino muito pobrezinho chamado Tiago… ele tinha um sonho que era encontrar o Pai Natal. Um dia, decidiu pôr-se a caminho da Lapónia. No caminho encontrou uma mulher muito bonita, vestida de branco, essa mulher era a bruxa das neves e quando ela soube que Tiago ia para a terra do Pai Natal lançou-lhe um feitiço. Tiago originou uma enorme tempestade de neve! Tiago, muito atrapalhado, refugiou-se num tronco oco e esperou que a tempestade acabasse.Passou lá a noite inteira…
De manhã acordou e constatou que lhe tinham desaparecido todos os seus alimentos. Então teve de continuar o caminho sem comer. Caminhou, caminhou e encontrou um ribeiro.Decidiu fazer uma pausa para tomar banho, pescou e fez um fogo para grelhar o peixe…
Passado um tempo, ouviu uns ruídos estranhos vindos de trás de um arbusto. O Tiago assustou-se e pensou que poderia ser um monstro… mas decidiu enfrentar o seu medo e foi espreitar. Era um tigre das neves! O primeiro instinto de Tiago foi fugir mas ele viu nos olhos do tigre bondade e amor… Começaram a falar e, depois de se terem apresentado, tornaram-se logo amigos e Tiago perguntou-lhe:
- Queres vir comigo nesta viagem até à vila do Pai Natal?
O tigre nem pensou duas vezes. Aceitou logo o convite e disse que sabia o caminho para lá de cor e salteado. Puseram-se a caminho e enfrentaram mais tempestades de neve. Para se alimentarem, o tigre caçava.
Tiago já estava exausto… até que…
- Tiago! Tiago! Já chegámos à Vila do Pai Natal…- gritou o tigre.
Tiago ficou tão feliz que ficou sem palavras.
Aquela vila era linda… coberto da neve e magia! Havia lá muitos duendes, fadas e outros tantos seres inimagináveis… chegou a uma casa enorme, cheia de brilhos e luzes que cintilavam de várias cores diferentes!
- Ah! É a casa do Pai Natal! – Disse Tiago
- Não… - retorquiu o lindo felino – isto é só a fábrica!
- Então? Qual á a casa do Pai Natal? – interrogou Tiago preocupado.
- Para lá chegarmos, temos de entrar às escondidas e ultrapassar muitos obstáculos! – respondeu, em tom de bom sabedor, o tigre.
- Quais obstáculos?
- Oh não sei… mas suspeito! Só estava a dar largas à minha imaginação.
- Desanimaste-me – brincou Tiago. – Vamos entrar?
- Sim… - hesitou o felino.
Quando entraram, ninguém deu por conta, pois estavam tão atarefados. Lá dentro estava tudo repleto de embrulhos, máquinas e… duendes.
- Vamos acelerar! É hoje a noite tão esperada, é hoje que o Pai Natal vai andar de porta em porta! Hoje é a véspera de Natal! Faltam duas horas, quarenta e quatro minutos e alguns segundos para a descolagem! – gritava o suposto chefe dos duendes.
Tiago e o tigre continuavam a andar até que encontraram o trenó do Pai Natal!
- Tive uma ideia! – os olhos de Tiago iluminaram-se – vamo-nos esconder no trenó e esperar pelo Pai Natal!
- Sim! Sim! Sim! – pulou o Tigre – boa ideia!
Esperaram, esperaram até que, quando faltavam três minutos para a descolagem, o felino, com um sorriso de orelha a orelha, murmurou:
- Tens de saber uma coisa…
E aí saiu uma luz forte e bela do tigre.
- Ah! Tu és o Pai Natal! – exclamou Tiago.
O lindo gatão tinha-se transformado no Pai Natal!!! Tiago abraçou calorosamente o Pai Natal.
- Queres vir comigo nesta viagem à volta do mundo?
- Sim! Sim! Sim!
Carina, 8º C


EFA

Um conto de Natal


Estava muito frio lá fora. Pelas janelas embaciadas, via-se o tremeluzir das luzes coloridas. Era véspera de Natal. Aos poucos o movimento começava a diminuir nas ruas, e os poucos clientes de última hora, corriam apressados, pela ansiedade de fazer os preparativos para a ceia de Natal…
Natal! Um dia, há já muito tempo, essa palavra tinha um doce significado para o António. Natal! As lembranças foram surgindo, como num filme, e António reviu na sua memória, os filhos pequenos… Sentiu um arrepio! Talvez fosse melhor encerrar a pequena loja de utilidades. Iria embora, mais cedo! Não que o Natal lhe dissesse alguma coisa agora. Mas talvez conseguisse amenizar um pouco o frio que lhe ia na alma, ao sentir o calor da lareira de sua casa vazia.
Enquanto fechava as portas, de novo se sentiu evadido pelas recordações que teimavam em aflorar a sua memória…
António já fora feliz! Muito feliz! Até aquele fatídico dia… Ajustou a gola do kispo, sentindo de novo um frio desagradável. Encaminhou-se para o carro e no regresso a casa, pôs-se a divagar… Foi no Verão, há nove anos atrás! Tinham ido passar o Domingo à serra da Freita. Fizeram um belo piquenique! Anoitecia já, quando regressavam, e, uma pequena distracção, um despiste… a tragédia aconteceu! António sobreviveu para sua desgraça e morria a cada dia com a dor da saudade e atormentado pelos pesadelos, onde os gritos de horror de Pedro e Joana, seus filhos de sete e quatro anos, se confundiam com as suas risadas cristalinas de criança. Amélia, sua amada esposa… Como era linda e jovem a sua Amélia! De repente sentiu-se sufocar de dor e teve que afrouxar para poder respirar fundo. Encostou à berma e fechou os olhos por uns momentos. Não podia deixar-se abater daquele jeito, era doloroso demais.
Ia continuar o trajecto quando se apercebeu da passagem de uma mulher que levava um menino pela mão e alguns sacos, e debatia-se freneticamente para segurar o guarda-chuva contra o vento forte que se fazia sentir. António instintivamente parou para oferecer ajuda, e por instantes ficou paralisado: era ela, era Teresa, mas como? Há quanto tempo não via Teresa! Quinze…vinte anos? Ela também o reconheceu! Aquele sorriso inconfundível de António… entrou imediatamente no carro, com o filho, para fugir à chuva implacável. Falaram os dois ao mesmo tempo, emocionados, Teresa tinha sido o primeiro amor de António! Lindos, intenso, mas depois seguiram caminhos diferentes e perderam-se na vida.
Agora, lá estava ela! António achou-a um pouco mal tratada. Ela contou que tinha emigrado para a Suíça, atrás de um sonho e regressara sozinha com Afonso, aquela linda criança de dez anos. Estava ali à espera do autocarro que a levaria à aldeia onde vivera anos atrás e onde tinha ainda alguns parentes. Ficaria hospedada em casa de uma prima e depois recomeçaria. Ainda não sabia como, mas haveria de arranjar um jeito, sempre há um jeito, dissera ela!
António contou-lhe a sua história. Ia devagar, não tinha pressa, sentiu-se estranhamente leve, e um torpor agradável percorria-lhe o corpo. Era como se estivesse a despertar de um sono profundo, muito profundo. Deixou-se embalar por aquela sensação e num impulso convidou Teresa a e o seu filho para cear com ele, naquela noite, uma noite fria que começava a ganhar um pouco de cor. Não tinha planeado nada. Apenas providenciara uma pizza para o jantar e um bom vinho. Era o jantar de um homem sozinho. Mas com ajuda de Teresa e a ternura de Afonso, com certeza teriam uma ceia de Natal muito especial. Natal! De repente, passou a fazer sentido…Natal!
Esperança! E sorriu! Era tão bom sorrir…



Rosa Azevedo
Efa/turma 1

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